November 21, 2005


O teu silêncio e a bandeira da Escócia...espero que as tuas saudades me batam à porta e me convidem para caminhar para ti...quando chega o teu sinal pequenina? não sei como entender o teu silêncio...pode significar tanta coisa...mas continuo aqui...de braços abertos...à tua espera...sei que já recebi o teu sinal...o teu sinal é o teu silêncio...mas não entendo o que queres com ele...se distancia...dor ou esquecimento...se tempo para pensar...saudade...valor...paz...recordação ou reconciliação...pode ser tanta coisa...acredita...tal como eu acredito...pensa bem...já sei o que vais dizer...um silencio cheio de tudo e nada...e esperar que voltes a tocar à campainha e convidar-me para dar as maõs...espero pelo tempo para pensar e esperar...não levo os sonhos até ao mar...procuro-os lá...saber esperar e interpretar o sinal...correr o risco...enfrentar o destino...e esperar que o teu sinal de silêncio se transforme em chuva e dê vida ao castanheiro que quero abraçar contigo...magda?vens?

November 16, 2005


EXPULSOS DA CASA

Tanta vontade e tamanho é o barulho dos corpos que nos perdemos nos ecos das paredes redondas da casa…
É bom ouvir-nos de volta…
As paredes enchem-se de rugas com tantos sorrisos…
Sou convidado a não voltar…

Lembras-te como tentaram silenciar o calor dos nossos corpos?
E mudamo-nos de lugar…onde ninguém nos possa apagar a chama com um sopro…vamos até casa de um amigo…onde o tempo navega sem paragens, comboios ou carris e o eco das paredes não incomoda ninguém…
E assim ficamos suspensos…de novo a flutuar…como os pássaros no primeiro dia do Adamastor que nos teimavam em desenhar…
Pendurados na imagem de um dia mais tarde recordar…

“…sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade…” arrumo os livros negros na prateleira e deixo de ler Al Berto…
Hoje somos felizes e afogados…

November 11, 2005


E da janela dos teus olhos conseguia ver o mundo inteiro…
Todas as memórias ficaram gravadas no céu da boca…para que sempre que desejarmos podermos voltar a saborear-nos…
Só eu sei o que escondo por debaixo da língua…
Não te conto…é um segredo meu…o meu tesouro…a chave do teu olhar…

November 09, 2005


GUARDA CHUVA PARA A BABA

Chiuuuuuuuuu…
Não digas nada…não desperdices um segundo de beijos…volta a morder-me os lábios enquanto te lambo o nariz…a nossa baba confunde-se com a nossa pele e a caleira dos nossos corpos quase que entope com tantos beijos embebidos nos lençóis azuis cheios de figuras geométricas…
Nunca me cubras com o teu chapéu-de-chuva...gosto de me sentir molhado por ti…
Adoro a tua baba…e os animais que desenhamos com a língua no corpo um do outro…
O guarda-chuva é desnecessário…
Aqui a chuva é saborosa…é bom sentir chover dentro e fora dos nossos corpos ensopados em baba até aos últimos dias…
Gosto do teu silêncio…de te ouvir respirar…
Não precisas de mexer os lábios…já sei o que vais murmurar…leio nos teus olhos as palavras que me queres contar…as tuas pálpebras denunciam os versos por declamar…encho o coração com os teus silêncios saborosos e voltamos a respirar frases um do outro…sem ser necessário abrir a boca…ou qualquer sinal de ti…

November 06, 2005


Detesto levar-te à Estação…odeio despedidas…apetece-me fumar-te até te transfigurares em cinza e lamber-te do cinzeiro onde te apaguei…
Como queimas…mesmo apagada…
Junto todas as tuas beatas do cinzeiro…e volto a fumar-te…na esperança de amanha te transformares em cigarro e poder voltar a encher os pulmões com o teu sumo de cinza saborosa…

November 02, 2005


Hoje se fechar bem os olhos, lembras-me o mar revolto de Inverno…empresta-me o teu pijama de água salgada e cobre-me com o teu lençol de ondas…tenho frio de ti…