January 31, 2006















Vou contar.te um segredo...
Prometes que nao contas a ninguém?
Prometes?

...as árvores crescem para baixo...

xiuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu...não digas a ninguém...para não descobrirem que há frutos e folhas vermelhas debaixo da terra...é segredo...só nós sabemos...


January 29, 2006

Há dias em que por mais que caminhemos os carris nos transportam para um destino certo...e como dói o som agudo dos carris, por nao ser esse o caminho que queremos percorrer...
Os pés sangram na busca do atalho dos espelhos...e quando descobrimos que a estrada de ferro desenhada na calçada nos leva na direcção da luz...choramos... porque o que às vezes procuramos é sombra...sombra de luz...apenas reflexos molhados da saliva dos dias dsejados...

January 28, 2006















Há dias em que o céu está tão revolto que apetece deixar.me levar pelo vento frio em direcção às nuvens cinzas...depois...quando flutuar de mão dada com a nuvem prometida, descer com as gotas de chuva e alimentar todas as árvores que fui plantando, lamber as suas raizes, avermelhar as suas folhas e esperar que os frutos não sejam doces...
A que sabe a minha lingua?sabe a borboletas...dizem.me...

January 27, 2006
















Hoje levantamos voo...vamos esconder.nos na linha de mar onde se perde a luz do crepusculo, para amanha abrimos as pétalas de novo e voltarmos a semear o nosso pólen de sal...espero que chovas...
Ansiosamente...

January 26, 2006


Eu avisei.te...

January 25, 2006

January 24, 2006


"...Como andam as tuas pálpebras?..." perguntam.me...
Sem guerras...respondo. "...Com destroços?..." voltam a perguntar...
A época é de incertezas, dúvidas...é natural...
È tudo novo...
Branco...
E eu, que guardo os lápis de cera no bolso, ainda não decidi como vou pintar o meu caderno de desenhos novo...como vou distribuir as cores...
Ajudas-me?

January 23, 2006















Ainda estão quentes os lençóis...
O nosso cheiro povoa o quarto...lambe.mes a lingua...chovem palavras dos poemas que colámos no tecto...como sabes bem...
Abre a janela...deixa.me respirar...
De ti...

January 20, 2006


tu...que me ensinas.te a parar de respirar...

gosto da maneira como me olhas...
me aqueçes e fazes florir...

January 19, 2006


abraça.me...só...
não digas nada...

























Por vezes...um dedo na areia da praia desenha o mundo inteiro...sem lhe chegar a tocar...até que a onda chegue e volte a desenhar tudo de novo...

Abre.me a porta...
por favor!!!!!!!deixa.me sair...
não vês os meus olhos tristes?
deixa...deixa!!!!
vem.me buscar pela mão...leva.me a passear no teu olhar....
compra.me uma trela nova...invisivel...

January 18, 2006














Olhos nos olhos...as raizes das árvores lambem o teu chão quando abres a boca...olhos nos olhos...
Parece que tens pólen na ponta dos dedos...e fazes crescer flores quando me dás a tua mão...














Há dias em que sangro dos pés...
Por mais que caminhe na tua direcção sinto que foges...
Foges sempre de mim...
E não me percebo...
Ensina.me a caminhar para ti...

Mostras.me o caminho até ti?
Sopras na minha vela?
Ensinas.me a parar de respirar?

January 17, 2006


Um dia destes descasco a tua pele...
lentamente...
muito lentamente...
E como.te...
às trincas...devagarinho
muito devagarinho...
tão devagarinho que vais desejar que seja ainda hoje
Agora...
Já..

consegui na sombra ver toda a luz dos teus olhos...
e o teu sorriso
como é lindo o teu sorriso...as portas que abris.te com o teu sorriso...
a luz...
a tua luz...
da tua boca...

há dias em que nos apeteçe...
e depois falta...
gosto da tua gravata preta...

January 16, 2006


á espera da tua boleia...
nos olhos dos pássaros...














E agora?
Vamos perguntar o nome um do outro?
Posso beber da tua boca?

acabou...
expulsei.te da cama...
agora chegou a vez me abraçares...

January 15, 2006


ontem...enquanto dormias roubei.te o pijama...
e emprestei.te a minha pele...
para que nao tivesses frio...
afoguei.me na tua boca...

January 13, 2006

O Fabuloso Destino de nuno albuquerque vaz



tu...linda...
já comprei a tesoura...
prepara.te...

January 11, 2006


diz...olha...ouve....
sorri..não te escondas...
a sombra não é solução...
Só tenho pena de não poder lamber este selo antes de te enviar o post...è azul...este marco de correio...

January 10, 2006


Há dias em que só me apeteçe gritar...
bem alto...
sem que ninguém me ouça...de baixo dos lençóis...
E depois de lhes dar banho
deixar todas as palavras no estendal que tu inventas.te para que alguém as leve...quem quiser...
ups...fiquei sem molas...
alguém me empresta?




















Hoje abres a tua porta?
Voltas a estender a tua passadeira de mar?
Deixas.me voltar a olhar .te nos olhos?
Ofereces.me a chave do teu olhar?

January 09, 2006


O poeta, a praia e o pianista...

"É já manhã, os pesadelos passados já morreram, já estou livre
Caminho pela praia, admiro as ondas cruéis que, ora beijam a areia com a sua frescura, ora a deixam sem cura.
Enterro os pés nessa matéria sedimentada, que nunca foi alimentada desertificou enquanto tudo floriu pois a sorte não lhe sorriu, mas a ira não teve o seu lugar, pois foi tudo tão natural que tudo seria inútil tentar e assim sorriu, parou, sorriu e ali ficou, ficou aprendendo a maneira de gostar, ficou ali sem ceder ao sulcar das minhas pegadas mas cedendo ao esmagar do tempo que como tudo e todo o diz, corrói o espaço num instante, no outro já nada existe para se saber se corroeu o espaço o tempo, ou se foi o tempo que morreu no espaço, num espaço curto, longo para nós sentimentais, mas foi de tal forma que ele passou enquanto pensava estendido na areia molhada que já não era a manhã, já não era aquela manhã que me veio acordar mansamente como quem explica a morte de alguém suavemente mas tão sadicamente que sinto que somos nós, só nós, mesmo nós e só assim acordo para mais sobressaltos que me levaram os sonhos sem dizer nada. Nada? Nada, nem sequer um aviso de que estava realmente vivo para mais um novo dia, que como eu acordara infeliz porque alguém lhe tirara de súbito toda a calma do mundo sem nada lhe dizer. E assim dei por mim a tocar num longo piano negro, a música que sei que sou, tocando-me nessa praia a música me tocou e me levou de novo a sonhar, que deus me ouvisse quando pedi que fosse para nunca mais acordar, sepultar assim toda a minha verdade e todo o meu existir para sempre naquela praia. Parei com a música que me levava para o suicídio e para não mais tragédia haver, lancei o piano ao mar para o nunca mais ver, troquei-o assim pelo meu saber, um poema que resume todo o meu viver e que deveria ser perfeito mas não é, bem eu tentei que ele assim o fosse mas ele não quis, mas por bem assim foi, pois se o que escrevesse fosse perfeito, o que escreveria a seguir? Fazia agora votos para que a noite chegasse finalmente junto de mim, forçando-me a regressar à casa donde nasci e assim voltar a mergulhar na tranquilidade donde saí, e esperava também que as folhas dos poemas voassem com um furacão para o fim do mundo e que o longo piano negro se afundasse num turbilhão, porquê? Porque amanhã hei-de rumar a uma nova praia, e aí fazer coisa novas. Sim porque eu sou uma música que é sempre nova e o movimento de rotação da terra traz-nos sempre novidades. E agora uma boa noite para ti, para as estrelas e para mim. "
Pedro Albuquerque Vaz




















Tanta vontade e tamanho é o barulho dos corpos que nos perdemos nos ecos das paredes redondas da casa…
É bom ouvir-nos de volta…por vezes a luz é necessária...

January 07, 2006


Certezas só tenho uma...
Quando tosses...cospes borboletas...

January 04, 2006

Liberdade...

January 03, 2006


Chuva de Letras......

Se me desses o teu ouvido
conquistaria o mundo em três dias...com palavras
Palavras...

Vou colar todos os meus poemas no tecto do meu quarto
para que chovam letras e palavras todos os dias...
Vou passar a dormir com a lingua de fora
e beber-me...
Embriegar-me...

Afogar-me em mim...

January 02, 2006


Avisto-te ao longe…
A tua sombra caminha de mão dada comigo nos dias em que estás ausente…
Gosto de nos ver reflectidos na parede…escritos no tecto...chovem palavras molhadas de nós...
Enquanto dou um passo…copias-me e dás um passo comigo…segues-me para todo o lado…
Fechamos os olhos...imagina que só conhecíamos o mundo através das sombras…e que a partir dai projectámos o nosso mundo sozinhos…e juntos inventámos o nome de todos os mares, de todas as constelações e estrelas...de todas as fronteiras…da luz e da sombra...

Inventamos o nosso nome, a profissão, a voz, as costas…a palavra "de ti...de ti...muito...de ti"…e a saudade…da luz ou da sombra...escolhe tu...

E deixamos os reflexos para trás e abraçamo-nos…na sombra um do outro…
Mistura de sentimentos...