May 28, 2006

















procuro na janela dos teus olhos um jardim gasto
percorrido pela cólera
onde o horizonte seja decalcado do teu nariz e o caule das borboletas a ponte para ti...

na evasão étera do horizonte de pólen
perduram os olhos nas petalas que fecham com a ausência de luz, no declínio do ocaso da tua boca

hoje que respiramos da mesma boca, partilhando as mesmas asas, purgamos a língua
amamentando as aves
delineando o rasto de vento
lambendo as raízes dos passos das flores voadoras

(já não gosto de ti...
amo-te...)

May 03, 2006

















sou espantalho de vento...
entretenho.me a afugentar as árvores dos pássaros

impeço o hiato entre as raizes e as asas...